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2.12.06 • 18:49
Lições da Especialista
Danielle Pessoa

Lição Micronacional nº 1 - Papai Noel não existe e Coelhos não poem ovos, quiçá de chocolate!

U.TO.PI.A: substantivo feminino
- Descrição imaginativa de uma sociedade ideal
- Plano irrealizável; fantasia
(Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa)

Micronacionalismo... há três anos quando iniciei nesse mundo paralelo, não fazia idéias das grandes revelações que mudariam a minha vida. Huahuauha, tá bom, é piada. Apenas pra descontrair, afinal todo começo é um pouco perturbado, assim como foi meu começo micronacional. Acreditando na sociedade ideal, entrei de cabeça nesse universo desconhecido e me deparei com supresas espetaculares e, igualmente grandes decepções. A verdade é que descobri, depois de dois anos, qual é realmente o nosso micromundo ideal.

Somos escravos de nós mesmos. As idéias e os esforços voltados à criação e desenvolvimento dessa utopia, com o passar dos tempos vai nos aproximando cada vez mais do mundo real. Controverso, não acham? Eu também não acreditava nisso até então. Foram as observações de resultados positivos e negativos, bem como das crises e dos momentos de sucesso que me fizeram enxergar tal fato. Nos é tão difícil crer num mundo perfeito, uma vez que não compreendemos a perfeição propiramente dita, mas sim a percebemos pelo seu antônimo, que tal experiência provavelmente nos causaria tédio e insatisfação ao invés de prazer. O ser humano é dramático por natureza, adora uma desgraça e posso provar!

Eu não sei quanto a vocês, mas eu penso que micronacionalismo segue a mesma linha de uma novela. Uma trama com personagens protagosnitas e antagonistas, figurantes, os reveses, dentre vários fatores que podem fazer da novela um sucesso ou um fracasso. Vai depender do bom desenrolar da estória e da aceitação do público.

Quanto mais inusitada uma situação, maior a atenção do espectador, porque é aí onde mora toda a graça!

Um bom entretenimento deve estimular a nossa adrenalina. O que nos proporcionaria isso, um mar de rosas ou um inferno de Dante? Não pensem que estou fazendo apologia às intrigas e discussões que costumam assolar certas micronações, não mesmo. A questão é muito mais filosófica do que parece. Aliás, essas questões costumam ser levantadas com certa frequência. Em The Matrix, o arquiteto confessa a Neo que havia uma versão anterior, perfeita, mas que foi rejeitada, então recriaram o mundo imperfeito do final do século XX. E o equilíbrio, onde fica??? Sim, essa é a nossa questão. Por que não um equilíbrio?? Não gosto de extremos contínuos. Viver sempre num mundo de intrigas ou em um marasmo constante me mataria. Meu micromundo ideal deve ter um pouco de cada. No "marasmo" eu recobro minhas forças e na agitação eu as desgasto. Perfeito. A proeza é que as fases de cada um não coincidam, para que a nação flua adequadamente, sem "morrer". Essa também é a maior dificuldade na manutenção de uma micronação: atividade plena. Por isso precisamos das desgraças. Porque o que chamamos na gastronomia de desconstrução, no micronacionalismo eu chamaria de sobrevivência. É preciso desconstruir pra construir de novo. É preciso adaptar-se às mudanças. É preciso deixar de lado essa utopia e ser feliz. Vamos nos amar e vamos nos odiar, mas que tenhamos atitude para manter a roda girando. Isso é o mais importante.

Confesso que no início eu queria viver nesse mundinho cor-de-rosa, passei por várias fases e descobri finalmente o meu lugar, a minha essência. Essa adrenalina que uma vida micronacional pacata e serena não pôde me proporcionar foi ativada e agora é seguir em frente! Com fama de mediadora, experimentei tomar partido e gostei! E agora que não sou mais essa menina doce, de cachinhos dourados e vestida de rosa, não sei aonde vou parar... talvez no MA (Micronacionalistas Anônimos).

Depois que se experimenta descer as corredeiras, nunca mais um mar de rosas será como antes... nunca mais. E abaixo a utopia!

Danielle Pessoa
Oradora pelo cantão de Icária
no Parlamento Comunitário da Comunidade Livre de Pasárgada

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Comentários
Parabéns pelo texto, ficou realmente brilhante.
Blogger Augusto Júnior   08 dezembro, 2006 17:45