Fabiano Carnevale
De Corpo e Alma
Para os desavisados vale a advertência: períodos eleitorais em Porto Claro provocam chuvas e trovoadas. Principalmente com o surgimento do novo partido, que tem o corpo e a alma do campo majoritário do PT brasileiro. As semelhanças entre esses dois movimentos vão além da filiação/simpatia partidária macro dos seus fundadores.
O discurso arrogante, que se auto-imputa uma determinada superioridade numérica, provoca propositadamente a desideologização dos processos políticos, como se as escolhas democráticas fossem escolhas de afinidade e não de idéias. Personalizam as divergências políticas para fugir do debate franco e aberto que a democracia exige.
Em outras palavras, o P3D já começa sua trajetória como um partido mesquinho. Sob o discurso da novidade, as afirmações dos principais dirigentes cheiram a mofo antiquérrimo. Estão caindo na tentação de utilizar o Estado na campanha, e o processo começou pela ANN. Aliás, a ocupação política do órgão é uma grave falha que o governo insiste em fingir que não existe.
A principal diferença entre o campo majoritário petista e os 3D's é que neste último são vários os "Zés Dirceus"...
Saída Tardia
A saída de Paulo Azize da SCJ retira do Judiciário o peso de sua presença. Totalmente incompatível com o cargo, o xerife utilizou seu cargo para, entre outras coisas, pressionar o parlamento, ameaçar cidadãos e fazer política nas suas setenças, além de transformar a Justiça numa entidade praticamente inacessível ao - para utilizar um termo cunhado pelo próprio - "portoclarense comum". Já foi tarde.
Adamastor, o Burocrata
Adamastor acredita em tudo o que os políticos portoclarenses falam e tem carteira do Clube dos Adoradores de Luca Dalbianco (o famoso CALUDA). É a favor da filiação política dos juízes porque assim pode escolher melhor o seu predileto, igual nas eleições.
De: Anabela Gradim, Para: Direção da ANN
Sr. Diretor da ANN,
Se a função do jornal é informar os seus leitores, tal significa, em primeiro lugar, que a coisa mais importante do jornal, a única coisa importante, são as suas notícias. Não são, pois, os jornalistas, as emoções dos jornalistas, os perigos que correu, as batalhas que travou, bem como a sua pequena sede de fama e estrelato, assuntos que mereçam ser noticiados. O jornalista não é notícia, não é a notícia, e, pese embora a crescente pressão motivada por uma concorrência feroz entre os media, não deve nunca confundir-se com ela.
Sendo o jornal uma empresa que produz e divulga notícias, não pode servir interesses criados, nem outros interesses que o seu interesse de informar. O jornal não serve para dar cumprimentos, tecer loas, promover partidos, personalidades ou ideais, ganhar eleições, forjar mitos, arregimentar hostes ou empreender guerras santas. Nem o inverso. O jornal não serve para desacreditar pessoas ou instituições, pagar favores, perseguir inimigos, encetar campanhas, comprometer-se com acções de propaganda ou servir de trampolim para se atingirem fins velados de natureza pessoal.
Entende-se como parte fundamental do serviço prestado por um jornal o contributo que este presta para a análise dos acontecimentos, o esclarecimento e a formação dos seus leitores. E por isso a opinião não é parente pobre da informação, nem vice-versa. São produtos diferentes, que visam objectivos diferentes e possuem igual estatuto e dignidade.
Anabela Gradim é professora de comunicação social da Universidade Beira Interior, em Portugal. O texto acima foi retirado do "Manual de Jornalismo", que pode ser encontrado, na íntegra aqui.
Fabiano Carnevale
é o Presidente do Senado de Porto Claro
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