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15.12.06 • 01:42
Quem Acredita em Alexandre Carvalho?
Mitchel Bruno

Em primeiro lugar, é um imenso prazer poder voltar a escrever, mesmo que seja excepcionalmente. Mas realmente não dava para não falar nada depois do editorial da última edição do "A Labareda", intitulado "Uma chance para o Micronacionalismo" - e, aproveitando o espaço aberto pela CHRONO aos leitores, então cá estou eu.

Bom, já conhecendo o dito jornal e seu editor como conheço, normalmente nem me dou o trabalho de lê-lo. Mas depois dos vários comentários que ele recebeu na lista Imprensa Livre, foi inevitável não dar uma olhada nele.

Além de um péssimo jornalista, Alexandre Carvalho também é o tipo de micronacionalista que está entre os que acham que o micromundo caminha para o fundo do poço - e sempre que é oportuno ele expressa essa sua angústia em seu jornal. Na mais completa falta do que falar, ele fez isso mais uma vez, porém, pelo que a princípio aparentava o título, até que de uma forma mais otimista que o comum: "Uma chance para o micronacionalismo", era o título daquele editorial. "Uau", pensei, "que grande idéia será que me espera neste texto?". E, dando também uma chance ao jornal, li aquilo com grande prazer. O início já foi de me deixar bastante esperançoso: "Sinceramente não acredito no que vou escrever agora, mas ainda há uma chance para o micronacionalismo". Àquela altura, esperava um Alexandre Carvalho diferente, com um ponto-de-vista mais evoluído (no sentido mais aziziano da palavra! :P), com novas idéias, enfim, depois daquele título e daquele início surpreendente, não esperaria nunca, meus leitores e leitoras, o que veio a seguir.

"Talvez fosse necessário reviver um momento da vida macronacional. É verdade que alguns aqui terão dificuldades para entender o que estou falando, mas o momento é voltar à guerra fria". Realmente, não entendi. Não entendi mesmo. Bom, vamos lá então: a Guerra Fria.

Pelo que ainda me lembro das aulas de história, a Guerra Fria foi um momento politicamente tenso de nossa história macro pós-2ª Guerra Mundial. Neste período, o mundo estava bipolarizado entre duas grandes potências: EUA e URSS. De um lado, o capitalismo, de outro, o socialismo. "É chamada "fria" porque não houve qualquer combate físico, embora o mundo todo temesse a vinda de um novo combate mundial por se tratar de duas potências com grande arsenal e armas nucleares. Norte-americanos e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e econômica durante esse período. Se um governo socialista fosse implantado nalgum país do Terceiro Mundo, o governo norte-americano via aí logo uma ameaça aos seus interesses; se um movimento popular combatesse um governo alinhado aos EUA, logo receberia apoio soviético" (Fonte: Wikipedia).

Ou seja, este foi um período não apenas de forte tensão, mas em que dois países estavam dispostos a tudo para defender seus próprios interesses, a qualquer custo. É bom lembrar que foi exatamente neste período que eclodiram as ditaduras com apoio, de um lado, dos EUA (a citar, a do Brasil e a do Chile - sim, o Chile de nosso querido Pinochet), e, de outro, as ditaduras comunistas, apoiadas pela URSS (como a Cuba de nosso querido Fidel Castro). Em ambos os casos, as liberdades individuais e o bem-estar da maioria estavam em xeque por conta de interesses ideológicos de um bando de loucos que achavam-se donos do mundo.

Voltando ao texto do nosso querido Alexandre Carvalho, aí é que veio a grande surpresa (que nem deveria ser tão surpresa assim, mas como eu realmente estava um tanto quanto esperançoso por algo diferente..): "Na vida macro era representado por EUA e URSS. Aqui, vamos utilizar Reunião e Porto Claro, os dois únicos lugares onde há algum tipo de atividade, não só voltada ao número de mensagens, mas alguma coisa é produzida, mesmo que essa alguma coisa seja dejetos de mensagens". Bom, só aí há pelo menos três graves erros. O primeiro, é a infeliz analogia de Reunião e Porto Claro com EUA e URSS, além, obviamente, da ainda mais infeliz sugestão de que uma Guerra Fria micronacional seria a grande esperança para o micronacionalismo. Segundo, é a afirmação de que Reunião e Porto Claro seriam os únicos lugares onde realmente há o que eles chamam de "verdadeiro micronacionalismo". Ora, será que alguém realmente está entendendo a primícia dessa afirmação?? Em outras palavras, ele está querendo dizer assim: "Olha, tem um monte de micronações por aqui. Mas, dessas, só Reunião e Porto Claro são realmente sérias. O resto é tudo grupo de amigos brincando de fazer país". Uma mentira desvarrida, claro. Seria negar a importância de micronações como Pathros, RUPA e Sofia, por exemplo. Aliás, destas cinco, provavelmente Reunião é a menos séria de todas elas (como levar a sério uma micronação cujo imperador explicitamente diz que "se para nos protegermos precisarmos prejudicar a outros, isso pouco importa à Coroa", em defesa de uma organização terrorista?). E, por fim, "dejetos de mensagens" só deve ser considerado atividade em Reunião mesmo, porque, pelo menos aqui em Porto Claro, nossa atividade é criar e compartilhar conhecimento (UPC), tecnologia (sistema de imigração) e idéias (em salutares debates nas listas nacional, do executivo e do senado, e não "dejetos de mensagens", embora eu compreenda que num país sem espaço para grandes divergências como Reunião as mensagens devem ser mesmo verdadeiros dejetos).

Esse editorial só deixa claro que, como seu imperador, este sujeito vê o micromundo como um gigante tabuleiro de War. Que, também como seu imperador, e como os loucos dos EUA e da URSS, ele acredita na supremacia ideológica de um país sobre todos os outros, custe o que custar - é o capitalismo americano, o comunismo soviético, e, como diz o próprio Cláudio, o Reunião Way of Life (?). Enfim, como se não bastasse um jornalismo medíocre, depois dessa, não dá mesmo para levar a sério alguém que sugere, como forma de "dar uma chance ao micronacionalismo", uma Guerra Fria micronacional.

Links Externos
Edição 136 do "A Labareda"
Crítica do Luiz Monteiro ao jornalismo superficial do jornal
Defesa do Imperador Cláudio I a Honra Imperial

Mitchel Bruno
Ministro da Infra-Estrutura de Porto Claro
Senador da República

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Comentários
PS: texto escrito antes dos ataques a PC ;)
Anonymous Anônimo   15 dezembro, 2006 07:38