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19.12.06 • 14:06
Vanguarda! Vanguarda!
Rafael Braga

O DUPLIPENSAR DE CLAUDIO DE CASTRO

George Orwell é uma leitura excelente para qualquer pessoa que se interesse por política, especialmente micronacionalistas. Durante as duas últimas semanas estava lendo novamente 1984 e foi impossível não determinar paralelos entre esta obra e toda a situação que envolve o Sacro Império de Reunião e a nada cortês visita do Chanceler reunião, Rodrigo Rocha, apelidado carinhosamente pelos portoclarenses de "Dom Chuchu" devido ao seu título de nobreza um tanto quanto excêntrico.

GUERRA É PAZ

Mesmo o mais obtuso dos seres humanos pode facilmente perceber a identificação imediata de Cláudio de Castro com o Grande Irmão. "O Imperador zela por ti", seu olho que "tudo vê", seu braço forte que tudo alcança. Ao mesmo tempo a mão que destrói e protege, que ameaça e acaricia. Em Reunião, Cláudio de Castro não é mais uma pessoa, é uma entidade, é o Estado.

O Sacro Império de Reunião é uma grande mentira, apoiada em seu estado permanente de Guerra. O Estado reunião vive e se alimenta da guerra. A necessidade de se criar um inimigo interno ou externo é inerente à submissão que Cláudio de Castro consegue de seus súditos. O Grande Irmão é aquele que nos protege contra o inimigo.

A máquina de propaganda reuniã age indiscriminadamente não só para manter o estado de guerra, como para construí-la. Em um instante o maior inimigo torna-se o maior amigo, o antigo aliado se torna o inimigo e todos absorvem essa informação que controla a realidade para que isso não pareça absurdo aos olhos da população de Reunião.

LIBERDADE É ESCRAVIDÃO

Não existe liberdade em Reunião, nunca existiu. No entanto o reunião acredita verdadeiramente que Cláudio de Castro é o defensor da liberdade. O reunião acredita que Liberdade é Escravidão, ou seja, o que garante a liberdade é a gerência suprema do Grande Irmão.

O regime reunião tem uma particularidade interessante, que o aproxima do Partido INGSOC do livro de Orwell.

Ao contrário dos grandes tiranos do passado, Cláudio de Castro não oprime publicamente seus opositores, pois é inteligente o suficiente para saber que criar mártires é muito perigoso. Ao contrário, Cláudio prefere lamentar por seus inimigos e esperar que voltem, humilhados (e eles sempre voltam) ao seu País, fortalecendo ainda mais a sua imagem de protetor e guardião.

IGNORÂNCIA É FORÇA

Toda a ideologia reuniã, baseia-se em falsas premissas.

"Quem controla o passado controla o futuro: quem controla o presente controla o passado.” A tática da propaganda reuniã consiste em espalhar e reiterar mentiras, especialmente moldando o passado como se fossem verdades. Ao reunião médio, ortodoxo e limitado o suficiente para incorporar sem discutir, a mentira basta. O que é o passado senão o que recordamos (ou achamos que recordamos) dele? O controle da realidade é a maior arma da propaganda reuniã.

Escreveu Orwell sobre o “duplipensar” no livro 1984, trecho que reproduzo integralmente:

“Saber e não saber, ter consciência de completa veracidade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas, defender simultaneamente duas opiniões opostas, sabendo-as contraditórias e ainda assim acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moralidade em nome da moralidade, crer na impossibilidade da democracia e que o Partido era o guardião da democracia; esquecer tudo quanto fosse necessário esquecer, trazê-lo à memória prontamente no momento preciso, e depois torná-lo a esquecer; e acima de tudo, aplicar o próprio processo ao processo. Essa era a sutileza derradeira: induzir conscientemente a inconsciência, e então, tornar-se inconsciente do ato de hipnose que se acabava de realizar. Até para compreender a palavra "duplipensar" era necessário usar o duplipensar.”

O reunião em geral acredita na impossibilidade da Democracia, ao mesmo tempo em que acredita cegamente que Cláudio de Castro seja o defensor da democracia, através do processo de “duplipensar”. Acredita que Reunião é contra o terrorismo, mas pode abrigar terroristas sob a proteção de seu Governo sendo que nenhuma dessas idéias lhe parecem contraditórias.

*

Não há motivos para que haja novo embargo à Reunião. Tenho dito que a manutenção do estado de guerra é motivo de fortalecimento para o Estado Reunião é sua força motriz e incentivada por seu chefe maior. O Embargo à Reunião é dar um tiro no próprio pé: como defendemos a liberdade se somos os primeiros a tirar liberdade?

E principalmente não há efeitos práticos, visto que certamente não será na forma de turista reunião que os terroristas se apresentarão.

Estou com o Senador Carnevale.

Rafael Braga
Diplomata Nível 1

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